Friday, May 2, 2008

O Monólogo da Mente Humana pt. II

O Monólogo Mental do Dialogo Humano



Não me parece ser uma boa ideia – Como se gritar contra o vento fizesse propagar o som, alguma vez. – Por outro lado, não vou passar de inúmeros desfechos imaginários. Tenho de conhecer o real. – O pior, é que o real não vai ser semelhante às mil e uma possibilidades que já antecipei.



- Estou? Ah és tu. Então está tudo bem contigo? Hmm hmm. Não sei... tenho de ver se posso. Eu digo qualquer coisa depois. ( ... ) Está bem, porta-te, beijinho. – Okey... que se passou aqui? Vira-se a ampulheta vezes sem conta e quando dás por ela ficou presa por um grão de areia. O que faço agora?


-Alô? Mariana? É o Benni. Está sim tudo bem... Hmm olha, já não nos vemos à tanto tempo, alinhas num café? ( ... ) Ah está bom, mas vê se consegues arranjar um tempinho na tua agenda. Adeus, beijo. – Okey.. não foi assim tão mau.. Não foi? Arghh, nem um “wow és tú!” Míseras expectativas, iludem-nos com uma falsa realidade em que gostamos de acreditar. – A culpa, foi tua, nem que seja parcialmente! – Ah ah ah, tu sabes que eu tenho razão, só crio as paisagens que tu queres ver.




( bip – Nova mensagem recebida )




“ Estive a pensar e parece-me até uma boa ideia esse cafézinho ”. Aterrorizas-te tu. Gela-te a espinha enquanto transpiras dos dedos, ocorrem-te mil palavras e não consegues dizer nenhuma.




Jesus, não mudou em nada, os cabelos continuam a ser um alongamento do sol à terra e os olhos remoinhos azuis onde me afogo, ela aproximasse, mas isto é tudo em camara lenta, como se trata-se daqueles momentos em que passa a vida toda diante dos nossos olhos... de certo modo é a minha vida diante dos meus olhos. – Olá Mariana! Está tudo bem contigo? Já lá faz um tempo... Continuas bela como sempre. – É como se estivesse sob o efeito de alguma droga, o meu cerebro já não coperava comigo e eu estava ali no centro de uma execução, tinha arqueiros à minha volta, com as flechas apontadas à minha cabeça. – Também corre tudo bem. Desde á dois anos, que fazes por agora? – Se ao menos tivesse dez minutos so para ficar a olhar, não ficaria confuso por querer fazer tudo ao mesmo tempo, falar, admirar, cheirar. A agonia ia desaparecendo.


Ali está ele. Hmm está diferente, mas gosto. Um pouco gasto pelo tempo, mas isso estamos todos. – Olá! Então...ta tudo bem sim. Ah obrigado... E contigo está tudo bem? – Havia um certo vazio que se tranformava num buraco negro entre nós, e eu era sugada pra lá, o desconforto era minimo. Isto é tão estranho... – Pois é. Estou na faculdade, tiro a carta de condução, saio à noite, estou com amigos e pouco mais. Não tenho mais tempo qualquer das maneiras. – Não é que faça muito mais. – Benni, lembrei-me agora, tenho mesmo de ir. Desculpa, adeus. – A ideia de estar fisicamente contigo era me estranha, tenho de me habituar. Nunca mais o tinha visto, as frases ainda congelavam um pouco ao sair da boca.



- Mariana, hey! Espera... – Aonde é que ela vai? Terá sido para ela tão dificil como para mim? – Ah! Mais suposições não. – Nem se trata disso, é mais forte que tu, analisar as probabilidades, criar todos os casos possiveis e pela lógica chegar a uma conclusão. Mas na verdade... Nem queria bem saber a razão. Aconteceu tudo tão repentinamente que parecia que tinham sido so fragmentos de memória, ou de um sonho. Queria fechar os olhos e imaginar o horizonte com montanhas.


-parte dois.-

1 comment:

C. said...

"Vira-se a ampulheta vezes sem conta e quando dás por ela ficou presa por um grão de areia." gostei muito deste trecho.

(o amor é absurdo, já te tinha dito?)

se o fim da civilização estiver também nas tuas mãos, dou-te as minhas, com certeza. *