O monólogo da mente humana.
Uma pessoa ocupada a cem por cento, como se o único descanço fossem umas meras horas num ano inteiro. O sistema funciona dia e noite, não reclama e se for preciso satisfaz o ego sempre que necessário. Normalmente um amigo fiel, onde a bem ou a mal, depositamos todos os nosssos momentos, segredos.
O Cerebro tem uma especie de voz imaginaria, é possivel todo o tipo de dialogos, um monologo com varias personalidades, quase diria que somos todos esquizofrénicos. Uns assumidos, outros não, acaba por ser um pouco como a sexualidade.
O consciente acaba por ser tudo aquilo que é racionável, onde a lógica se aplica, todos os movimentos são mais ou menos estudados de modo a se atingir um objectivo desde vago a bastante concrecto. Enquanto os estados de menor sobriedade, a mente não têm um papel tao fulcral, visto que tudo se resume a impulsos, vontades, sentimentos. O único papel é mesmo a concretrização destes mesmos impulsos.
- Foca-te - Diz-me certa voz de nenhures. Uma força omnipresente que todos temos, que nos julga por quem somos, que nos acompanha e atormenta.
- Mas… Foco-me no que? Em ti ou sobre ti? – Acho que não existe uma resposta assim tão simples e linear. Muitas vezes confundem-se termos e perde-se a essencia. – Mas como posso pensar sobre ti, quando preciso de ti para racionalizar o quer que seja, mesmo que seja… sobre ti. – Não é uma tarefa simples, é necessário dividir duas partes complexas e processá-las em separado, isto quando exequivel.
- Tu não gostas de mim. – Eu sei que não é assim, mas quando te conhecem tão bem, e te julgam por cada falha que tens, a tendencia é para culpabilizar e desmoralizar. Uma especie de sanguessuga, mas só que de vez em quando é amigavel e não nos chupa o sangue. – Quem é o mais forte? Eu ou tu? - Acaba por ser ambiguo, pelo menos acho. Ainda assim se tu fosses mais forte… talvez me tirasses mais depressa da cama!
- O problema é que vocês têm uma necessidade infinita de interagir, deambular por sonhos vivos, procurar o real no imaginário. – Devia existir um equilibrio, assim descançava um pouco. O problema é que quando deixo tudo ao teu controlo não me sinto seguro, é como se fosse obrigado a dormir sempre com um olho aberto.
- As coisas que nós sabemos eheh – Se imaginassem a cumplicidade que pode existir. Há quem diga que não confia em si próprio, que monstruosidade, se ao menos tivesse a ti como eu tenho. – Mas espera, fui eu que te moldei? Ou sempre foste assim? – Não existem memorias suficientes para fazer uma regressão longiqua para poder fazer qualquer tipo de comparação, mas desde que me lembro de ti, sempre foste igual e fiel. Por isso é que gosto de ti.
- Mas não mudes de assunto, é possivel moldar a própria mente? – Suponho que sim, mas apenas de certa maneira, imaginando que quero parar de fumar, tenho de fazer com que deixes de pensar em tabaco por exemplo. – É quase como se tu fumasses também, incrivel. – então não és moldavel, mas sim habituavel.
- Então, mas porque é que às vezes tu pensas em coisas que não quero, e é mais forte que eu? – Chamemos-lhe de momentos em que usufruo da minha pouca liberdade e onde a realidade é tao pouca/demasiado apelativa. Físicamente permaneces teu, o resto tomo conta com devaneios ( pouco ) saudáveis.
- Explica-me, a diferença do amor de mim para ti. – Não é explicavél, são dois mundos que se tentam fundir num só. Quase como se eu e tu nos fundissemos com uma ela e ela. Só assim é possivel, ninguem pode ficar excluido nesta relação. Infelizmente, nós tambem somos ciumentos, e quando a mente dessa outra pessoa não nos atrai, fazemos de tudo para corromper. Alias, não é por tu seres físico que és o único ser egoista.
-parte um-
1 comment:
gostei muito de ler isto!
mas... ainda não percebi se a tal voz é para ti a consciência ou o teu eu mais consciente do real lado do mundo, de ti próprio, ou o que anda a projectar as matemáticas de dentro para fora.
também não entendo porque raio tentam decidir quem é mais forte, uma vez que és tu, e se tu são vários eus e ainda por cima no conjunto se moldam uns aos outros para conseguirem de alguma forma habitar a tua pele, é que a "disputa" do ego.ísmo parece assumir um eu só, e isso não me parece força mas limitação.
hum.
(atenção às cedilhas)*
Post a Comment