Monday, June 16, 2008

O Monólogo da Mente Humana pt. VI

Monólogo Musical

É como se todas as frequências existentes tomassem um corpo quase pálpavel ao que os nossos ouvidos dão o nome de som. – Epá! Isto soa muito bem! Vamos repetir! – E a dança recomeça, a notas ficam citilantes, o corpo entra em transe, o cenário é sugado para um vortex temporal e o coração vibra insistentemente. Realmente supreendes-me, como é que tu fisicamente me hipnotizas? Por momentos pensei que tivesse perdido todas as minhas capacidades e simplesmente deixava-me levar pela harmonia interminável. Era um mero espectador, apreciador, ouvinte. Não era eu que estava a controlar, estava por todo o lado e não havia fuga possível. Tinha de esperar que acabasses de tocar para restabelecer a linha cronológica entre o inicio e o fim. Pois enquanto tu tocas, o tempo pára para mim.

- Gostas-te? – hmm hmm. – Óptimo, vou começar de novo. – Mas.... já.... não.........

- Brutal, agora só tinha de ter o resto a acompanhar. - ...tocas-te isso o suficiente? – Epa mas aquela parte ainda não está como deveria estar. – Espera! Deixa....-me... só.... PENSAR UM BOCADINHO! – Já está feito! – Tens que compreender que nem é por eu não gostar de te ouvir, não gosto é de ter estes bloqueios quando tocas, parece que me desprezas ou simplesmente não te interesso. Ainda pensava eu que as drogas é que me deitavam abaixo!

- Bem, deixa lá ouvir este cd que me emprestaram, acho que é porreiro. – Isso, sociavelmente te vais sentar no sofá. Hmmm... curto as guitarradas. – Hey! Oiçam la o gajo a esgalhalas! – Não me pareciam muito interessados na música, não fosse por eles, eu ouvia na mesma. Ahhh... Isto dá-me vontade de sorrir, tem uma melodia quente do sol ao fim de uma tarde. Era bom estár lá, não falta muito tempo, os escapes da liberdade estão sempre por aí. Epa, já vai em que faixa? Terceira? Hmm... Quarta? Parecia uma musica interminável, ou não foi propositado e acindentalmente fizeram tal proza ou então tiveram ( e têm! ) tal genialidade para subtilmente construirem uma temática, uma história coerente ao longo de sessenta e tal minutos. – Hãã....? Não, não estou a dormir eheh. ‘Tá fixe, tou so a curtir a musica. – Aonde ia eu? Ah! Aonde ia a música... Notas progressivamente tocadas num determinado ritmo e tempo que linearmente construia entre si uma detalhada complexidade melódica.

Epá! Que é isto? Ainda é o mesmo cd? Que faixa é esta? Uma (des)sinfonia quase completa. – Ya façam isso, mudem de cd. – Tortura momentanea incorporea... a vida é um conjunto de musicas. Umas são bonitas e dão-nos vontade de sorrir, outras arrepiam e fazem os nossos tímpanos oscilar. Umas dão vontade de saltar, outras de chorar. É como situações da vida, cada uma adequa-se ao tal exacto momento que vivemos.

-parte seis-

1 comment:

Anonymous said...

lets dance*