Monday, November 24, 2008

Os pequenos problemas existenciais

O grande problema existencial é que se ao menos não fossemos tão globalmente controlados por todas as instituiçoes que conhecemos. Poderiamos conhecer a verdade, simples e concrecta, de modo que cada um de nós poderia sim, escolher o que está certo. Sem a verdade, estamos todos a fazer escolhas enviezadas. Será que o senhor António, quer mesmo seguir farmacologia se soubesse o que esta muito por de trás desses laboratiorios? Se soubesse a única e singular verdade?

É uma variável bastante dificil de julgar. De saber até que ponto está certa. O modo de vida que levamos agora era bastante diferente, eramos regidos por valores diferentes, assim como a ganâcia seria facilmente disposta como vergonha social, o industrialismo capitalista então seria impensável. As pessoas seriam todas mais verdadeiras e atenciosas, não haveria necessidade para o racismo e agressão étnica.

É incrivel como se processa um efeito de auto-destruíção e no entanto ninguem repara nisso. Ou ninguem quer saber, como se não fosse com eles. Não sei. Acho que deriva de um estupidificamento progressivo da população em não acreditarem neles próprios. Não vamos conceber ideias nem ideais porque o que está para ser concebido aparece na televisão. Não temos de criar opiniões porque o senhor-doutor-especialista vai aparecer e dizer o seu pré-feito racional ponto-de-vista sobre a matéria em causa. E todos vivemos felizes, apesar de estarmos em constante negação a vida inteira, somos felizes. Não, quando és criança. Não, quando es miudo. Não, quando és adolescente. Não, quando começas a tornar adulto, quando finalmente tens idade e conhecimento suposto para agora dizer sim. Os teus filhos, a tua mulher vão continuar a dizer não. E haveremos de ser mais velhos, e os nossos filhos e se calhar netos a dizernos não. Afinal como é o sim? Porque vivemos uma vida interia a dizer não uns aos outros, em vez de simplesmente aceitar-mos todos como somos, deixar de preconceitos e vivermos num mundo de sim’s. Um mundo de verdades.

Enquanto angustiamente esperamos por todo o caos no mundo, esquecemos-nos que somos nós próprios que alimentamos todo aquelo ódio, visto em todos os sitios e em todas as linguas. As pessoas que continuam no poder de hoje em dia, são as mesmas que criaram todo o tipo de guerras neste mundo “civilizado”. Nada irá mudar enquanto não se perceber que enquanto não mudarmos a MERDA, só as moscas é que vão mudando!

E assim vivemos o pequeno problema existencial da verdade, porque pois mesmo a verdade, pode não ser a verdade, mas sim só uma idealizada, de modo que, a verdade? É um segredo.



- Excerto do "pequenos problemas existenciais" que estou a escrever.


Espero que gostem

2 comments:

C. said...

eu não sei se a verdade existe. eu não sei o que é esta coisa da existência dos conceitos que o racional civilizado decidiu impôr-nos à nascença e com os quais tenho que batalhar todos os dias antes de dar em louca ou outro qualquer estado de espirito que apenas acontece por não ficar vazia.
eu não sei se é o dizer não ou sim a salvação. tou a estudar um tipo que diz que o homem não tem consciência individual, que tudo é fruto da história, tudo é fruto das estruturas e que não há, portanto, liberdade para a mudança, porque tudo são relações de poder, de dominação. tudo em nome do conhecimento. depois pergunto-lhes se assim é, se estamos sempre condenados ao poder, porque raio é que há quem continue a fugir às estruturas? dizem-me que a salvação é a morte. porque ninguém consegue não só não fugir ao poder das estruturas como à auto-repressão ao poder exercido pela moral (que nem é fruto do consciente individuo), já que a linguística nos é imposta à nascença e não há nenhuma comunhão espiritual com o sitio que habitamos, que somos nós mesmos, aqui. (no agora. que não existe...mas isso não interessa nada); acho isto um bocado deprimente, mas a verdade é que esta dominação total, feita pela observação cansa muito. e ainda assim, continuo a achar que como diz o outro all in all is all we are. por muito cliché que seja.
talvez nada disto faça sentido, talvez seja tudo aleatório, que o ponto de referência histórico, racional ou religioso justifique tudo ou que seja o caos mesmo. estou-me um bocado a cagar. mas custa muito ficar de braços cruzados a ver o mundo a acontecer assim.
(entretanto, estou triste. mas há-de passar. continuo a acreditar no amor pá. talvez seja nisso que eu acredite. que o amor nos vá salvar, por mais absurdo que isto possa soar)

é bom ler-te. *

C. said...

só a tua cabeça é causa de loucura. ou seja, quando se fica doente de amor. (e há demasiados relatos da coisa para não se acreditar nesse sofrimento).
o amor podia realmente unir-nos.
creio que é a única coisa que nos liga e não falo de amor romântico.
falo do amor fraternal. caso contrário estaríamos todos ainda mais sozinhos. e é engraçado, como somos da mesma espécie e às vezes parece que não somos de todo.

pá, nunca nos concedem a informação porque estão sempre a reescrevê-la. porque a história está mesmo a ser reescrita vezes e vezes sem conta. o problema das tais decisões não tem a ver só com a falta de informação (ou omissão) que faz com que as pessoas se acomodem à frente das caixas de luz e se entreguem aos escapes todos e não tomem uma ´´unica atitude. tem a ver com a falta de educação, educam-nos para não entendermos o que quer que se passa. por isso é que sim, quem tem o conhecimento tem o poder; mas ainda assim, nesta pôrra de sociedade camuflada de democrática e liberal, ainda existe "alguma" possibilidade de nos cultivarmos de acordo com o que queremos ser. de resto estão (quase) todos cegos e não entendem que esta merda é ciclica e se repete vezes e vezes sem conta até que um dia as formigas se irão juntar ou vai tudo pelos ares. (no outro dia li que os americanos perderam uma bomba atómica... foda-se. como é que se perde uma merda dessas??)

fry.day.
lol
ok